quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Mídias Sociais e a Indústria Informativa

Neste texto, abordarei o uso das mídias sociais pela indústria informativa. Motivo-me na limitada utilização da internet pelos veículos de comunicação, na falta de diversificação, na insistência no modelo de comunicação que não permite retorno do usuário, no uso ferramental das mídias sociais, em detrimento de um conceito concreto.

A internet é participativa e o modelo de comunicação “muitos para muitos”, também conhecido como modelo horizontal, está consolidado. As pessoas querem receber conteúdo do seu círculo social, fazê-lo e recomendá-lo.

Entre os 20 maiores domínios do país estão Orkut, Blogger, Wordpress, Twitter e YouTube. Daqui a pouco, Facebook, bola da vez, estará também. Esses sites vêm crescendo acima da média da internet, ou seja, vêm roubando mercado, tempo de navegação, número de usuários dos sites tradicionais. Por sites tradicionais, entendamos aqueles que dominam o modelo de comunicação “um para muitos”, ou vertical, aquele adotado pelas mídias massivas, em que um centro emissor fala para muitas pessoas. Esse modelo raramente é passível de experiências, ao contrário do modelo horizontalizado de comunicação.

Dito isso, quais motivos levam os principais veículos de comunicação a abrirem mão de um amplo leque de oportunidades e a fazerem uso tático – e não estratégico - das mídias sociais? Um dos motivos, certamente, passa pela falsa idéia perda de audiência que os veículos teriam distribuindo seus conteúdos pela web. O que um líder da indústria da informação deve ter em mente é que seu veículo deve ser o melhor local para abrigar seu conteúdo e receber seu usuário, porém, nunca o único.

Um exemplo prático é o NY Times que, pensando na atração do usuário de fora para dentro, faz grande apropriação das mídias sociais ao usar Facebook, YouTube e Twitter, para ficarmos em três exemplos.

Seu canal no Facebook possui quase 500 mil fãs, pessoas que se identificam com a marca e que querem receber seu conteúdo. Seu principal perfil do Twitter possui mais de 2 milhões de seguidores. Já no YouTube são quase 20 mil inscritos e 600 mil exibições de vídeo. Sim, o The New York Times faz uso de vídeos e não apenas o corriqueiro uso de textos e imagens.

Além da apropriação descrita acima, há também o uso das mídias sociais de dentro para fora dos sites, abrindo espaço para que o usuário compartilhe conteúdo pela rede. Muitos dos principais sites brasileiros não oferecem essa usabilidade às pessoas. Quando oferecem, é de modo tímido, dando a impressão de que o botão "share" faz parte de um protocolo.

Acima, um campo de interação do usuário com a notícia. Ao invés de compartilhar, oferecem a função para impressão. Faça uma pesquisa entre os principais publisher brasileiros e analise se estão fornecendo ferramentas 2.0 ao usuário para que ele alie conteúdo e mídias sociais.

É preciso encorajar as pessoas a compartilhar conteúdo pela rede, motivá-las com uma estética positiva e atraente. Editorialmente, pode-se motivar o usuário a compartilhar conteúdo pela rede também.

Sob o ponto de vista do marketing, ao adotar esse tipo de posicionamento, as empresas apliam seus "inputs" através do uso renovado da tecnologia e recebimento de informações, mostram uma atual cultura e política na empresa, resultando em melhores produtos e serviços, outputs. Ainda sob a ótica mercadológica, ao fazer uso apropriado das mídias sociais, um grupo de comunicação amplia seu alcance, cobertura no meio.

É preciso que façamos uso de todo potencial da rede. E esse potencial está na mão das pessoas. O uso ferramental das mídias sociais apenas minimiza o gap entre as duas realidades.

Aqueles representantes da indústria informativa que começarem a fazer uso efetivo das mídias sociais, provendo treinamento a editores e jornalistas para que esses tenham cada vez mais condições de pensar na geração de conteúdo passível de compartilhamento, estarão criando uma diferenciação, talvez seu próprio oceano azul.


PS: esse texto expõe alguns dos conceitos contidos no livro "Estratégias 2.0 para a midia digital" da Professora Dra. Elizabeth Saad, docente na Escola de Comunicação e Artes da USP, ECA, e coordenadora da pós-graduação em gestão integrada da comunicação digital, Digicorp, na mesma instituição.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Everybody knows somebody who loves a Honda

Poucas marcas são sólidas o suficiente para unir mais de 250 mil fãs. E poucas marcas confiam tanto no próprio taco para abrir diálogo com as pessoas em ambiente neutro como uma rede social.

A Honda tem feito uso do Facebook através de um canal com a seguinte afirmação: We have a Theory: everybody knows somebody who loves a Honda.

Essa comunidade conta com mais de 250 mil fãs, que falam abertamente suas opiniões sobre a marca, produtos e serviços. Mais de 2.300 fotos de modelos Honda publicadas por usuários, e enquete votada por mais de 120 mil pessoas. Além de serem informações que promovem a empresa, são inputs que podem e devem ser utilizados para melhorar produtos e serviços.

Essa semana estive presente em evento promovido pela FOX Networks para apresentar ao mercado sua parceria com o Facebook para a América Latina. Apresentaram, entre outros, o formato usado pela Honda.

Ao final do evento, uma profissional da Petrobras fez uma pergunta ao o Vice-Presidente global de mídia do Facebook, Mike Murphy: se eu construir um canal no Facebook e um consumidor falar mal da minha marca, como consigo identificar isso? A resposta de Murphy foi direta: se é um ambiente em que as pessoas são fãs da marca (como é o caso da Honda), elas tendem a inibir comentários hostis.

Em outras palavras, se a empresa produz produtos e serviços de qualidade, as pessoas serão justas e falarão bem.

Não consigo imaginar muitas montadoras fazendo o mesmo no lugar da Honda.

Métricas: razão e emoção

Interessante vídeo criado pela Digital Royalty para falar de métricas nas mídias sociais, sugerindo uma análise de números e emoções.



Via InComMetrics.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Viva o mercado!

A concorrência me fascina e faz com que o usuário seja o maior beneficiado.

Apple mostra sua tradição em atacar seu principal concorrente, a Microsoft, que acaba de lançar o Windows 7.




Aqui, o Google é resumido em 2 minutos:



Ao mesmo tempo, Facebook expande seus tentáculos pelo mundo e será representado comercialmente pela Fox Networks na América Latina. Orkut, em resposta, faz movimentos para se manter atual no Brasil. Twitter cresce e faz alianças. Yahoo! evolui para oferecer um melhor serviço ao usuário.

Viva o mercado.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Uma nova possibilidade: Kindle

Kindle, o leitor de livros, revistas e jornais criado pela Amazon e lançado no mercado norte-americano em junho desse ano, abre novas portas, oportunidades de distribuição de conteúdo. E quando falo de "oportunidade", quero remeter ao sentido mercadológico mesmo, ao "O" da matriz SWOT.


Mas afinal, como funcionará o Kindle?

O leitor da Amazon chegará ao Brasil em 19 de outubro e utilizará a rede 3G (a mesma que utilizamos em celulares, portanto, não necessitando de um wi-fi hotspot) já disponível, a qual cobre as principais cidades do país. O ponto positivo é que, segundo a Amazon, não é necessário pagar às operadoras pelo uso da rede. Ou seja, a cadeia - que começa na conexão, passando pelo publisher e terminando no leitor - deverá ser movida pelo compartilhamento de receita adquirida na venda do próprio Kindle, conteúdo e/ou espaço publicitário.
O Kindle vem para abrir um novo mercado (muitos outros fabricantes, como a Sony, já se pronunciaram sobre a criação de concorrentes ao original da Amazon) e, como é comum em mercados emergentes, o volume vem a conta-gotas. E isso pode ser um problema, pois gera um desinteresse por parte dos detentores do conteúdo. Mas o Kindle deverá ser considerado como mais um mercado, mais uma possibilidade de comunicação entre publicadores e consumidores, assim como é a web, a mobile web, o impresso e o eletrônico. Um mix, que ganha mais um ponto de contato.
Além de ser um produto que desbanca de vez a obsolescência que um jornal impresso adquire durante o dia, gosto muito do lado ecológico e da potencial economia de papel que poderá gerar. Em tempos de "marketing verde", esse poderá ser um bom apelo de vendas.
O potencial do Kindle não está na venda desse ou daquele jornal, mas sim na famosa "cauda longa". Certamente - e a exemplo do que a Amazon faz com o produto no mercado norte-americano - as possibilidades de download de conteúdo serão vastas.
Mais no TechCrunch e no Mashable


domingo, 4 de outubro de 2009

Fiesta Movement

E não é que a Ford resolve abrir mão das mídias massivas e ir pra cima do narrowcast e para o envolvimento das mídias sociais?
Foi criado há 6 meses nos Estados Unidos o "Ford Fiesta Movement", o site que acompanha 100 jovens agentes - advogados da marca - que têm em suas mãos o Ford Fiesta que será lançado em 2010 naquele país.
Esses agentes realizam provas como rafting, rapel, correr em uma pista de testes, dar mostras de ativismo social e até fazer uma viagem San Diego-Seattle. Sempre, claro, levados pelo Ford Fiesta.
São 100 agentes transmitindo suas experiências através das principais ferramentas sociais: YouTube, Flickr, Twitter, Facebook e blogs.
Impressionante o nível de envolvimento - volume não é a proposta da ação - que a campanha de marketing para esse lançamento do produto proporciona. Envolvimento, relevância e discurso renovado são as palavras-chave aqui.







Site Fiesta Movement

Via Mashable

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Internet e a Democracia

Está em evidência na mídia a questão da limitação à internet a que os senadores Eduardo Azeredo (PSDB – MG) e Marco Maciel (DEM – PE) pretendem aprovar - através de emenda à Reforma Eleitoral - no Senado, nessa terça-feira, 15 de setembro.

Os pontos que mais trouxeram discussões são justamente aqueles que remetem às limitações a que estariam impostos veículos de internet, a que os mais “eufemistas” chamam de normatização da rede. Sites e portais de jornalismo estariam proibidos de "fazer propaganda eleitoral de candidato, partido político ou coligação" e de "darem tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação, sem motivo jornalístico que justifique".

Porém, o texto não deixa claro o que configura propaganda eleitoral, tratamento privilegiado nem motivo jornalístico. O que oferece margem à subjetividade.

Ainda sobre limitações, as emendas prevêem direito de resposta inclusive em ferramentas sociais – aquelas chamadas de “2.0” – como Orkut, Facebook, Blogs e Twitter.

Se a preocupação dos políticos é com a imparcialidade, legitimidade da informação, deveríamos começar de outro ponto, a relação entre políticos e empresas de comunicação. A Constituição Federal proíbe que políticos em exercício sejam sócios ou diretores de empresas de mídia. E é sabida, pública a relação dessas pessoas com veículos de comunicação por todo o país.


Os autores mostram não ter ciência das propriedades da web 2.0 e seu teor colaborativo. A rede é feita por pessoas. Isso sem falar em números. Metade dos 65 milhões de internautas do país lê ou mantém blogs. Mais de 30 milhões de pessoas usa Orkut e quase 10 milhões está no Twitter.

O texto base da Reforma Eleitoral, aprovado na última quarta-feira, 09/09, prevê, entre outros pontos, publicidade em blogs e doação de verba para campanhas políticas através da web. Agora, está em decisão os pontos apontados acima.

Devemos lembrar que a democracia não é um regime a ser identificado apenas no sistema de votação de uma nação, mas sim um exercício que deve ser realizado a todo instante. E é possível identificar totalitarismos em ações como limitar difusão de opiniões de veículos (legítimos) de massa na web ou prever direito de resposta a candidatos – ou a outras partes envolvidas, como partidos políticos – em redes sociais como maneira de coação. Vale lembrar que essas redes são mantidas por pessoas comuns, eleitores, cidadãos.

O Blog do Planalto é outra manifestação que não tem a mínima pretensão de ouvir a nação, uma vez que não permite comentários, o que deveria ser seu propósito inicial, a aproximação entre governantes e governados. Daí, o "espelho" fiel ao Blog do Planalto, porém um blog de verdade, democrático e aberto, como deve ser.

Essa maior atenção à rede teve início após o sucesso da campanha de Barack Obama nos Estados Unidos. Campanha que obteve grande parte de suas doações advindas da web, território em que Obama conquistou milhões de militantes. Ao contrário, aqui, alguns políticos estão dispostos a limitar a difusão de idéias desses possíveis (e por que não "potenciais") militantes.

Há uma imensidão de possibilidades a ser explorada pelos políticos brasileiros na internet. O Brasil é uma das 10 maiores comunidades de internautas do mundo e também uma das mais abertas e naturalizadas com as ferramentas participativas. Faça-se uma estratégia de divulgação de seus ideais e projetos de campanha. Divulguem em Blogs. Aproximem-se de seus eleitores através do Twitter (ele é uma das ferramentas de maior eficácia nesse sentido e permite feedback imediato) Utilize as ferramentas participativas de modo aberto, divulgando projetos passados, qualificações, formações.Mas cuidado: o internauta é criterioso e não permite superficialidades.

Projetos como Transparência Brasil precisam ganhar notoriedade na rede como ferramentas provedoras de informação aos eleitores, assim como os sites da Câmara e do Senado. Qualquer tentativa de aproximação entre candidatos e eleitores, cidadãos e seus representantes, será positiva e só melhorará a qualidade de nossos representantes.

Em tempo, nosso presidente, hoje, em declaração: " a internet é uma coisa que fugiu ao poder do seu criador. É impossível controlá-la, mas é preciso normatizá-la". É a velha mania do cabresto, de controle da opinião, do medo e do despreparo ao debate aberto. Mas a internet foi concebida para ser controlada por pessoas, um ambiente neutro. Daí a dificuldade.

Referências:

UOL Notícias

Folha Online

Andrea Matarazzo, um exemplo a ser seguido. Abre diálogo prazeroso com a população através do Twitter, onde tem mais de 7 mil seguidores. Além da conversa aberta, divulga fotos de seus passeios pela cidade de São Paulo.

domingo, 6 de setembro de 2009

Disney-Marvel Mashups

Esse é o jeito da internet se manifestar.
Criando arte, fazendo misturas. Uma rede feita por pessoas.
Mais sobre esse mashup maravilhoso aqui.

E, se mashup pode ser traduzido como uma mutação, o tema foi bem apropriado.


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

#whentwitterwasdown

É fantástico ver o comportamento das pessoas diante de problemas que impactam em mudanças sociais, mesmo que temporárias.
As pessoas ficam fora de si quando acaba a luz, quando o metrô quebra e até quando um serviço na internet deixa de funcionar.
Hoje, o Twitter teve seus servidores atacados e aqui no Brasil o serviço ficou comprometido por, aproximadamente, duas horas. Tempo suficiente para que os usuários sentissem muita falta da ferramenta.






Acima, Rosana Hermann, jornalista, levanta uma bola que gera reflexão acerca da dependência do convívio social na rede.


Assim que voltou ao ar, foi a maior chuva de comentários do tipo "o que está acontecendo?", "gente, não pode ser verdade!" ou "como é chato trabalhar sem o Twitter".
E como estamos em tempos em que a web gera pauta para a TV, o Jornal da Globo acaba de noticiar o ataque sofrido pela rede de microblogging.











Pessoas declarando a dependência de ferramentas sociais.


O Brasil já é o país com a maior penetração do Twitter entre seus usuários de internet: 15% de acordo com o Ibope Nielsen Online (joint venture entre Ibope e Nielsen), dados de junho/09.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Entrevista #3: Marcos Leite, Spil Games

Dando seqüência às entrevistas que venho realizando e publicando neste blog, conversei com Marcos Leite, que trabalha como gerente global de vendas da Spil Games, empresa de desenvolvimento de games online e que que possui sites de games em todo o mundo, inclusive no Brasil.

Aqui, os sites* da Spil Games estão entre os mais acessados no segmento. Globalmente, são mais de 50 sites, que têm um alcance de mais de 100 milhões de pessoas.

Há 6 anos morando na Holanda, Marcos falará um pouco sobre como é trabalhar com mídias interativas na Europa, suas semelhanças e diferenças com o Brasil, além do seu mercado, o de games online.

Rodrigo Almeida: Os games permitem uma interação diferente, mais natural, contextual, entre consumidores e marcas quando comparados à propaganda tradicional, mesmo à on-line. Como os mercados Europeu e Brasileiro enxergam isso?

Marcos Leite: Agora é o momento em que estamos vendo um grande crescimento no investimento em games. Várias pesquisas mostram que publicidade em games, ou advergames, mostram um nível de brand awareness e recall mais alto que a propaganda online mais tradicional. Estudos também mostram que os gamers são mais receptivos à publicidade e têm mais tendência a recomendar marcas que viram dentro de jogos. Em geral, games também são mais confiados por anunciantes que redes sociais ou user-generated-content.

Este cenárioestá acontecendo nos EUA e em grande parte dos países europeus. A Spil Games faz parte do Game Taskforce da IAB Holanda e estamos investindo em estudos no segmento junto com TNS Nipo e Newzoo, duas empresas de pesquisas de mídia Européias.

No Brasil, ainda vemos um certo interesse em publicidade em games, porém pouco investimento. Penso que isso é devido à falta de empresas locais com o foco correto no segmento para influenciar o mercado. Esperamos que o Spil Games tenha um certo nível de influência neste segmento futuramente no Brasil, como temos hoje na Europa. Estamos trabalhando para que isso aconteça.


Rodrigo Almeida: Os jogos são chamados de “casuais” por sua simplicidade. Em que momento do dia as pessoas param para jogar esses jogos e qual o perfil médio desse usuário?

Marcos Leite: No momento existem mais de 600 milhões de casual gamers pelo mundo. Se considerarmos a população online mundial de 1.6bi, mostramos que o mercado de games é um mercado gigante e de interessante para todas idades e gêneros. Tendo dito isto, vemos que a maioria dos usuários são mulheres de 18-35 anos. Na maioria são donas de casa que tiram uma ou duas horas do dia para si, entram na internet e visitam sites de games. Também há o perfil de pessoas que entram do trabalho ou escola. Temos muito acesso em horário de almoço e no final do dia de trabalho.


Rodrigo Almeida: Qual o tamanho do mercado de “advergame” no mundo? Como ele vem se desenvolvendo e quais os principais mercados?

Marcos Leite: O mercado de publicidade em jogos online é de $ 10bi e este ano é projetado um crescimento acima de 30%.

Globalmente, os principais mercados são EUA, Reino Unido, Alemanha, Holanda, França e Espanha.


Rodrigo Almeida: Falando do mercado digital, interativo – não especificamente do mercado de games – quais as semelhanças e diferenças entre os principais mercados europeus e os latinos?

Marcos Leite: Primeiramente, o grande diferencial é a porcentagem do bolo publicitário investido em mídia digital. Os grandes países europeus estão investindo mais de 15% do bolo total na internet e esta porcentagem continua crescendo, mesmo com o cenário econômico atual. Isto mostra a diferença no conhecimento do impacto de mídias interativas entre anunciantes e agências europeus e brasileiros. Essa distância fica ainda maior quando comparamos o mercado europeu ao mercado latino em geral.

Outro diferencial são as métricas utilizadas para medir o sucesso de campanhas. Vejo que no Brasil o CTR (click-through rate ou taxa de clique) é ainda muito utilizado como métrica principal. Depois vêm os KPIs utilizados pelo anunciante (visita ao site, vendas, etc). Este modelo é, atualmente, pouco utilizado nos maiores países europeus. Para a Europa, CTR é apenas uma métrica inicial. Tempo de interação e nível de impacto estão sendo mais utilizados. Empresas como BrightRoll e Eyeblaster estão liderando o desenvolvimento de métricas mais robustas.

Outra diferença entre europeus e latinos é a forma como é comprada a mídia. O modelo na Europa esta mudando de "Custo Por Impressão" para "Custo Por Impacto". Os profissionais de mídia não estão mais pedindo volume de impressões servidas, mas sim número de unique visitors atingidos. Esse modelo é melhor para os anunciantes, mas pode limitar os níveis de receita dos veículos, o que pode impactar em mudança do modelo de negócio dos mesmos, os quais poderão até buscar alternativas além da publicidade.


Agradeço ao Marcos Leite pela entrevista.

Contatos: www.spilgames.com e marcos@spilgames.com

Twitter: @marcosleite

*www.ojogos.com.br, www.clickjogos.com e www.girlsgogames.com.br

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Pai Pop-up" e "Don't Click.It"

Com o objetivo de mostrar seu trabalho ao mercado, a agência de publicidade digital "Gringo" lança um site chamado de "Campanha instantânea".
Com o personagem "Pai Pop-up", o site faz uma sátira bem humorada da realidade do mercado publicitário e seus discursos.

Vale conferir.


Paradoxalmente, outro fato que me fez refletir foi o site Don'tClick.It.
À primeira impressão parece meio bobinho, mas o site convida a uma reflexão e a um exercício
cognitivo.
Fala desde a história do clique até sua importância na economia digital.

O Google que não iria gostar muito do assunto.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

GM: não compre carro hoje

A GM realiza hoje, 16/07, uma daquelas campanhas "não compre carro hoje".

A solução que a agência especializada em web "AG2" alcançou foi feliz. A peça não chama atenção por uma criação rebuscada ou por imagens e ilustração de primeira.

O que chama atenção nessa peça é a simplicidade e a adequação da ferramenta MSN Today Special à mensagem.

Com o mote "Não compre carro hoje", a GM pede para seu consumidor esperar e, enquanto isso, convida-o a jogar paciência!

Quanto à mídia, o MSN Today Special é uma das maiores concentrações de audiência diária da internet no país, podendo chegar a até 12 milhões de pessoas diferentes em apenas 24 horas.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Entrevista #2: Ana Balleroni, NBS

Dando continuidade às entrevistas realizadas aqui, falamos com Ana Balleroni, atual VP Nacional de Mídia da NBS. Balleroni é uma experiente publicitária, tendo passado por agências como Y&R, JWT e Leo Burnett. Em 2002, venceu o Prêmio Caboré como melhor profissional de mídia.


Rodrigo Almeida: Na sua opinião, o que afasta um anunciante do meio internet? Quais as barreiras que afastam o mundo da propaganda das novas tecnologias, das novas plataformas de mídia?
Ana Balleroni: Os anunciantes não estão afastados da Internet. Pelo contrário, eles estão ansiosos para estarem em um meio que passou a ser uma mídia de massa, de cobertura e de resultados. O grande problema, é que diferente da mídia tradicional, os formatos comerciais tradicionais da Internet envelheceram com uma a mesma velocidade do meio. Os anunciantes estão se afastando da comunicação feita através de banners, botões, etc. Eles querem formatos que tenham interação, proximidade e relevância para os internautas.
Com relação as barreiras, temos que pensar que a propaganda foi “criada”em um mundo onde audiência e meio eram nitidamente separados. Hoje isso mudou. Audiência e meio dentro da Internet, são exatamente a mesma coisa. Dessa forma, a criatividade tem que ser exercida de uma forma completamente distinta. A criatividade, na forma tradicional, não sustenta essa realidade.
E isso é muito difícil. As explosões criativas ou de repercussão, são feitas pelo “meio”. O pensamento criativo nesse caso, está mais ligado a estratégia que a criatividade.


Rodrigo Almeida: Como você enxerga a profissão do publicitário em um futuro próximo, daqui a 5 anos, com todas essas mudanças?
Ana Balleroni: As mudanças na profissão “publicitário” estão acontecendo há anos. E elas não começaram por causa da “internet”. Estamos vivendo um período de questionamento da nossa contribuição efetiva. E aí a conversa seria longa demais, porque passaria por uma desvalorização que o próprio negócio da propaganda se impôs. Não acredito que seja o fórum.
Mas se você me pergunta sobre as mudanças do mercado publicitário dentro do “mundo web”, eu afirmo que tenho dúvidas. Se por um lado, sabemos que vivemos em um País onde a web ainda é utilizada predominantemente por comunidades como Orkut, ou utilização prioritariamente de comunicação como o Messenger e e-mails, não acredito que vamos ter uma grande mudança no share de investimentos por meio de comunicação.
Veja o que aconteceu em Cannes esse ano. O grande prêmio veio de um case onde a efetividade esteve ligada a divulgação daquilo que chamamos de mídia de massa.
O case do “melhor emprego do mundo”, é um case típico de pensamento estratégico. Ele deu certo porque repercutiu em meios de massa paralelos a internet.
É isso o que acredito daqui a 5 anos : um mix de meios inteligente, estratégico, onde cada um deles tem sua função e efetividade.


Rodrigo Almeida: Na sua opinião, o que você imagina como sendo o futuro da mídia tradicional frente ao avanço exponencial das tecnologias de comunicação que surgem a cada dia?
Ana Balleroni: Acho que já respondi anteriormente, mas vamos lá: os meios são complementares. Essa é a grande inteligência da mídia. Hoje, ninguém faz sucesso isoladamente.
Essa apologia de “fim de mundo” parece uma coisa muito trágica.
Quando trabalhamos os meios dentro da suas características, de forma estratégia, utilizando um mix que reforce cada um deles, a comunicação é muito mais efetiva.
Ninguém vai morrer.
Mas o raciocínio será mais abrangente.


Rodrigo Almeida: Sabemos que as empresas de comunicação e anunciantes mais “tradicionais” ainda oferecem resistência com relação às inovações que a internet e seus derivados trazem. Como você enxerga isso?
Ana Balleroni: Você acha isso mesmo? Eu acho o contrário. Empresas de comunicação e anunciantes – tradicionais ou não – estão buscando as melhores soluções. Se ainda não sabemos defender é um problema nosso. Por isso estamos correndo atrás de pessoas, que contaminem e disseminem as oportunidades, inovações e retorno que a internet e seus derivados trazem. Quem trabalha em comunicação, tem que saber “comunicar”. E se a Internet é uma mídia de massa, basta saber como utilizá-la de forma eficiente. E até eu que sou velhinha, estou disposta a isso.

terça-feira, 7 de julho de 2009

#1 Cannes Lions 2009 / Cyber / Gold / Axe Hair Crisis Relief

Axe, definitivamente, é sinônimo de comunicação ousada. Basta vermos os filmes politicamente nada corretos que fazem para TV.

Acabam de ganhar um Cyber Lion em Cannes 2009 com um produto para cabelo. Sim, cabelo. Shampoo.

Só entrando no site para descobrir os motivos para esse prêmio.

Mas podemos dizer que doses de sensualidade e ineditismo são os segredos desse prêmio.

100 garotas se revesam em um grande salão. Ao vivo, elas avaliam fotos enviadas por homens ao site. O projeto nada lugar comum e irreverente ganhou a web.

Site: http://www.axehaircrisisrelief.org/100girls/

Agência: BBH New York.

Ficha Técnica

segunda-feira, 22 de junho de 2009

"Tech has taken us for a ride"

Paródia da música "American Pie" em homenagem à mídia clássica, atropelada pela revolução digital.




Abaixo, o jornal O Estado de S. Paulo coloca a questão da qualidade da informação gratuita à prova. Sinal de uma indústria que agoniza e que está com data de validade marcada.

Lutar contra o digital é o mesmo que ir contra a Lei da Gravidade.



Sinal dos tempos.

domingo, 14 de junho de 2009

Microsoft e Google: a disputa pela liderança da Internet


Duas empresas que estão na vida de centenas de milhões de pessoas, brigando para ser a maior empresa de internet do mundo.

Ambas possuem passado riquíssimo e, atualmente, fazem fortes movimentos em busca da liderança na internet mundial. Microsoft lança o “Bing”, sua nova ferramenta de buscas em substituição ao “Live Search” e o gigante das buscas mostra ao mercado o Google Wave, uma ferramenta que integrará vários serviços em uma única interface.

A Microsoft, bem mais antiga que a empresa presidida por Eric Schmidt, foi fundada em 1975 por Bill Gates. O Google, empresa fundada por Larry Page e Sergey Brin em 1997, é concebida como uma empresa puramente de internet e em apenas um ano de existência já liderava seu mercado, o de buscas, pesquisas na internet.

A Microsoft é concebida, originalmente, como uma empresa de tecnologia, de desenvolvimento de softwares, e encontra na venda do sistema operacional Windows e pacotes corporativos a maior fonte de suas receitas. E essa é uma grande vantagem frente aos concorrentes da internet.

Ela possui ampla liderança no mercado de softwares, no qual o Google não tem pretensão de ingressar além de seu browser, o Chrome. Ser uma empresa que nasce como uma empresa de internet implica em dominar a tecnologia relativa ao seu mercado e o mais importante, romper barreiras burocráticas com o objetivo de tornar a companhia ágil e flexível. Esse talvez seja o um dos maiores trunfos do Google.

A gigante da internet possui uma trajetória riquíssima em expansão, diversificação dos serviços e aquisições: Blogger, Orkut, GMail, Picasa, Google Maps e Google Earth, YouTube, DoubleClick, seu próprio browser, o Google Chrome, entre outras importantes aquisições. Nenhuma outra empresa possui “tentáculos” tão fortes na internet. E o mais impressionante, esses domínios foram criados ou adquiridos no curto período de 12 anos.

A Microsoft também possui uma rica e diversificada gama de produtos de internet para o usuário final: Windows Live Messenger, líder no segmento de Instant Messaging, e o Windows Live HotMail entre os maiores provedores de e-mail do mundo, junto com Yahoo! Mail e GMail. Além de outros produtos como Windows Live Spaces e o portal MSN.com, presente nos principais mercados do mundo.

Com essa gama de produtos e serviços, Google e Microsoft figuram entre as maiores da internet mundial. E no último mês de maio fizeram fortes lançamentos:

A Microsoft lançou o “Bing” e promete incomodar Google e, mais ainda o Yahoo, na disputa pelo rentável mercado da busca. O Google domina esse mercado. No mundo, mais de 80% de share. Nos Estados Unidos, mais de 60%. Yahoo! Search fica em segundo lugar e o Live Search, em terceiro. Considerado obsoleto, o Live Search, da Microsoft, será substituído pelo Bing.

Com forte campanha publicitária de lançamento e agressiva distribuição em seus domínios na internet, Bing irá incomodar e muito o Google, mas dificultará, principalmente, a sobrevivência do Yahoo, que passa por crise financeira e, por isso, não encerra suas conversas sobre uma possível venda para a própria Microsoft. Porém, o lançamento do Bing e declarações de Carol Bartz, CEO do Yahoo, afastam cada vez mais essa negociação. Independente de possíveis aquisições, se a Microsoft quiser ter o devido sucesso nas buscas, terá de romper uma barreira que não é tecnológica, mas sim interna. Ela precisa ganhar a agilidade nas respostas aos movimentos do mercado, rompendo as barreiras burocráticas inerentes a empresas do porte da Microsoft e que foram sobrepostas, não à toa, pelo gigante das buscas, o Google.

Como resultado do diferencial do Google, ao mesmo tempo em que o mercado olhava para a Microsoft e sua “Decision Engine”, como a empresa denomina o Bing, o Google adiantava sua próxima grande aposta, o Wave, ofuscando, parcialmente, o lançamento da rival Microsoft.

A concorrência, independente de que tipo de mercado aconteça, é sempre positiva. Ela faz com que empresas não parem no tempo, continuando, assim a pesquisar e desenvolver produtos em prol de seus clientes. Quem ganha com todas essas movimentações do mercado de internet é o usuário. Quem perde? O competidor mais fraco, como já havia adiantado Charles Darwin em sua Teoria da Evolução das Espécies. O Yahoo que se cuide (ou se venda).

Textos relacionados

CNET: Does Microsoft's Bing have Google running scared?



segunda-feira, 8 de junho de 2009

Entrevista #1: Alessandro Lima, Terra Latin America

A vinda do iPhone ao Brasil, a maior oferta de aparelhos “smartphones” por aqui e o desenvolvimento da rede 3G colaboram para um cenário de reflexões da mídia, de uma forte mudança no comportamento das pessoas.

Sem falar muito em números, conversei com Alessandro Lima, um dos profissionais responsáveis pelo desenvolvimento de Mobile Advertising e Digital Out of Home para o Terra Latin America.


Rodrigo Almeida: Como é fomentar a plataforma mobile para o mercado latino e, especificamente, ao brasileiro? Quais as principais barreiras que vocês encontram?

Alessandro Lima: Nosso continente não figura entre os mais desenvolvidos, que tem redes de comunicação mais desenvolvidas. O que apresenta uma grande oportunidade de crescimento. O mobile como um todo ainda é muito novo, mesmo nas ações mais conhecidas do mercado (como Bluetooth, SMS Marketing, entre outras). A plataforma móvel já tem consistência na Região: o Brasil puxa o mercado, o Chile tem a maior penetração de conexão 3G e o México e o Peru também já tem volumes de acesso interessantes. Como estamos num mercado bastante novo, esse primeiro momento é o que eu chamo de “consultoria”, estamos contando sempre pra muita gente como é essa nova mídia, suas propriedades e potenciais. Como explorar. Respondendo das perguntas mais simples às mais complexas. Acho que o principal desafio é esse: convidar os clientes para a inovação. Esclarecer os benefícios da mídia móvel e como ela pode ser um ponto de contato diferenciado entre marcas e consumidores. Mostrar toda a potencialidade e diferenças das próprias ferramentas de marketing móvel disponíveis hoje para que as marcas ampliem seus elos de comunicação.


Rodrigo Almeida: Recentemente, a Predicta, empresa de tecnologia e gerenciamento de campanhas on-line, ganhou o prêmio de 1º lugar no WAA com o case que motivou o Terra a criar o m.Terra, sua versão para a plataforma mobile. Conte-nos mais sobre isso.

Alessandro Lima: Realmente, a Predicta ganhou esse prêmio, o WAALTER, pela inovação em questão de inteligência online. Foi todo um processo que ocorreu desde percebermos os acessos ao Terra Mobile vindos de dispositivos moveis, principalmente iPhone, até o planejamento e a estratégia dos portais moveis para toda a região e ai, contando mais uma vez com a Predicta na construção de um adserver para suportar essa plataforma. Nosso portal atual foi parte de toda a transformação que o Terra passou e foi lançado também em 7 de Janeiro desse ano. Essa inteligência foi utilizada na estratégia e hoje o adserver está ai servindo campanhas na região toda. No site da Predicta há toda a historia detalhada do case mostrando cada parte do processo. O adserver é, sem dúvidas, uma parte importantíssima, porque torna a oferta auditável. Não adiantaria nada termos um ótimo conteúdo, notícias atualizadas, fotos, vídeos no TerraTV sem que tudo isso fosse palpável para o mercado. E nesse caso ter uma ferramenta já conhecida e de referencia foi muito importante. Quase um ano depois e hoje já temos mais de 10 campanhas diferentes rolando nos principais mercados LATAM.


Rodrigo Almeida: E qual é o perfil dessa pessoa que navega pelo celular?

Alessandro Lima: Uma pesquisa recente da Accenture, que inclusive foi apresentada no congresso Mobile 2.0 em São Paulo, mostra que a busca por conteúdo em dispositivos digitais tem crescido, principalmente entre os mais jovens. A TV não desaparece, mas hoje todo mundo busca conteúdo em outros lugares, e aí se destacam o Computador e o Celular. Ou seja, tem mercado pra todo mundo, considerando o Offdeck, estamos ainda muito numa classe AB. Com celulares mais high-end, com pacote de dados que permitem a navegacão. Ao mesmo tempo, os portais on-deck (principalmente das operadoras) continuam com seus parceiros de conteúdo, oferecendo principalmente downloads aos usuários. Hoje, estima-se que 80% da base de celulares utiliza pré-pago. Pode parecer pouco, mas no todo de 150 milhões de celulares estamos falando de 3 milhões de pessoas trocando informação por seus dispositivos. Uma outra pesquisa, apresentada no Tela Viva Móvel desse ano pela Nielsen mostrou que os usuários dos chamados VAS (Serviços de Valor Agregado) têm um perfil early adopter e utilizam muitas funções diferentes nos seus celulares. Tiram fotos, navegam, conversam por serviços de mensagem instantânea, e fazem e recebem ligações de voz. Além disso, são os mais exigentes no atendimento que as operadoras oferecem. Cada vez mais o celular torna-se um Content Managing Device, um dispositivo de captura, armazenamento e organizacão de dados.


Rodrigo Almeida: Quais as semelhanças e diferenças entre as plataformas web e mobile web?

Alessandro Lima: Uma das coisas mais interessantes que tenho aprendido nesse “Mobile World” é que obviedade é subjetiva. Nem tudo que é óbvio é óbvio para todo mundo, e aqui cabe relembrar a diferença conceitual entre internet e web. A internet é a rede toda enquanto a Web é apenas a interface. A web móvel é mais uma interface: dos novos pontos (de pessoas) acessando a mesmíssima rede, de outros lugares, pessoas não necessariamente paradas. Para se acessar essa rede, é preciso uma maquina, e dessa vez não é o computador. A web esta ai, incontestável, já conquistou um espaço relevante no mercado de publicidade e na vida das pessoas, porque não é nada mais que isso, uma rede de pessoas. Passamos os 60 milhões de internautas no Brasil. O Mobile ainda esta chegando. Levando essa mesma interlocução entre as pessoas através de sistemas informáticos. Antes só na sala de casa, da mesa de trabalho, da cadeira da lan house. Agora, literalmente falando de qualquer lugar, inclusive esses mesmos. Pode parecer futurista, mas poder acessar a internet no caminho entre o seu trabalho e a sua casa, ler conteúdos relevantes e bem dispostos faz toda a diferença. E já que estamos em um blog de mídia, fico pensando em algo que talvez mereça uma pesquisa: Como foi o lançamento do Walk Man? A diferença entre consumir rádio em casa, sentado na poltrona, e ouvir no carro em movimento, na rua. Em qualquer lugar. Hoje é inegável para a audiência do rádio como um todo, o que as pessoas escutam no carro, no iPod já que Walkman é coisa do século passado. Ou seja, por mais que o rádio tenha nascido parado, ele se tornou móvel. Da TV podemos dizer o mesmo ? Se considerarmos o Digital Out of Home , as redes de informação digital ‘fora-de-casa’, a TV também se moveu. Chegou a vez da internet, e dessa vez foi bem mais rápido.


Rodrigo Almeida: Como você vê essa plataforma em 5 anos?

Alessandro Lima: Essa pergunta é ótima, é quase uma entrevista de emprego em uma multinacional (Risos). Olha, eu ouvi algo esses dias que achei genial. Talvez responda. A plataforma móvel é a mais nova junção entre dois mercados altamente turbulentos: Mídia + Telecom. São dois mercados com faturamento altíssimo, sendo o de Telecom maior que o de mídia, e assim como a própria plataforma, eu diria que não vai ser nada fixo. Imagino um cenário altamente ativo e competitivo, com parcerias entre fabricantes, operadoras , e por que não, publishers. Muito conteúdo de informação e de compartilhamento entre as pessoas rolando por aí. As redes 4G certamente já estarão instaladas, e toda essa introdução que o 3G faz hoje vai ser realidade. Ouve-se, hoje, grandes redes preparando telejornal para celular, tardará a "celunovela"?


Links relacionados:

Mobile Advertising Brasil: http://www.mobileadvertisingbrasil.com.br

Mobile Youth: http://www.mobileyouth.org

MobilePedia: http://www.mobilepedia.com.br

Predicta - Case Terra Mobile: http://www.predicta.net/case-terra_mobile/


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tecnisa e a Catraca do Metrô

Recentemente, escutei de um grande anunciante:
"A gente vai cortando o plano de mídia, priorizando alguns meios. E quando a gente vê, só estamos com TV aberta, Cabo e Revista. A gente corta Internet com a mesma facilidade que cortamos investimentos na catraca do metrô".



Tecnisa vende apartamento de R$ 500 mil através de promoção via Twitter


A publicitária Christiane Gallo contribuiu para a elaboração desse post. Saiba mais sobre ela, seguindo-a no Twitter: @chrisgallo1903

sábado, 30 de maio de 2009

20 motivos para ter orgulho da Internet no Brasil

Vira e mexe falamos mal da internet no Brasil. “Ah, nossa banda larga é ruim e cara” ou “o Brasil é um dos líderes em envio de Spam” etc.

Mas há muitos motivos para termos orgulho do www.com.br. Eu listei 20. Divirtam-se.

  1. Somos mais de 67 milhões de pessoas conectadas e esse número não pára de crescer; Com isso, somos a sétima maior comunidade de pessoas conectadas no mundo de acordo com ITU (International Telecommunication Union) ;
  2. Temos muito conteúdo: UOL, Globo.com...FolhaOnline, G1...
  3. Temos um dos maiores grupos de e-commerce do mundo, a B2W, detentora de Americanas.com, Submarino, Shoptime, Blockbuster etc;
  4. Somos atrevidos e metidos a high-tech: primeiro foi o Orkut...
  5. ...agora é a vez dos brasileiros descobrirem o Twitter;
  6. Temos o Gizmodo Brasil;
  7. Enquanto diretor de conteúdo do Grupo Estado afirma ser necessário fechar o conteúdo na internet e passar a cobrar por ele, o diretor de redação do O Globo avisa: “Quero ver alguém convencer o meu filho a pagar por uma informação que ele foi acostumado a ter de graça”;
  8. Temos Marcelo Tas, os incontáveis seguidores do @marcelotas e seu premiado blog;
  9. A internet vai entrar pela tomada, rompendo limitações tecnológicas e barreiras geográficas. A Anatel já deu o “OK” e as concessionárias estão correndo;
  10. Temos o Campus Party Brasil;
  11. E o wikipedia.org.br;
  12. E temos inclusão digital. O Acessa SP, do Governo do Estado de São Paulo. Mais de 1.5 milhão de pessoas atendidas em 8 anos de existência e 458 municípios atendidos;
  13. Nossa internet é livre, não sofre interferência do poder público;
  14. Nem a Cicarelli derrubou o YouTube. Ela tentou tirar seus vídeos do site através da justiça, mas a internet é colaborativa, o usuário colocava de volta;
  15. Para a felicidade de portais, agências de publicidade e anunciantes, temos a empresa número 1 do mundo em web analytics, a Predicta, que, em maio desse ano trouxe para o Brasil o WAALTER (Web Analytics Association Leadership and Technical Excellence Recognition) com o case do Terra Mobile.
  16. Temos pólos tecnológicos. Não estamos falando especificamente da internet, mas a grande Recife (conhecida por seu Porto Digital) e Campinas possuem dois pólos de tecnologia que abrigam, entre outros, os setores de informática e telecomunicações. Essas iniciativas foram viáveis devido à junção de iniciativa privada, academia e poder público. As maiores empresas do setor estão presentes nesses pólos: Microsoft, Nokia, Sun, Oracle, AT&T, IBM e outras.
  17. Mobilidade: sim, a internet vai onde estivermos. A internet na “telinha” ainda é novidade e viável apenas à uma pequena parcela da população. Os principais veículos de comunicação já possuem suas versões “mobile”;
  18. Nascemos para nos comunicar: possuímos a maior comunidade de usuários do MSN Windows Live Messenger do Mundo. Já são mais de 43 milhões de pessoas que usam a ferramenta no Brasil;
  19. As artes nunca estiveram tão ricas e diversificadas. Mas é óbvio que a “Indústria Cultural” não consegue absorver essa diversidade e riqueza. A gravadora Trama cria o “Trama Virtual”, ferramenta que dá espaço a bandas e talentos que buscam crescer. De um lado, o usuário tem acesso ao conteúdo gratuitamente. Do outro, empresas patrocinam os downloads, favorecendo, assim, os artistas;
  20. Temos orgulho de passar horas na frente do computador, seja para conversar, jogar, comprar, pesquisar, estudar, compartilhar etc. E para celebrar esse orgulho, foi criado o Geek/Nerd Day (Sim, eu precisava de um último tópico para completar a lista).