quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Mercado e Academia: repetição da técnica ou criação de conhecimento na internet

Há lugar para os dois na rede: repetição da técnica e criação de conhecimento. 

Nesses dois dias de Campus Party 09, tenho refletido sobre o comportamento de pessoas diante da tecnologia. Voltei-me para algumas teorias acadêmicas que fazem todo sentido aqui. De Harold Lasswell e sua "Bala Mágica" aos Frankfurtianos e a crítica à repetição da técnica, que, segundo defendiam, não gera desenvolvimento a não ser do capital. 

Enquanto os grandes grupos de comunicação transferem para a rede o que já fazem fora dela (vide Globo.com ou qualquer outro grande portal), o internauta nato, aquele que está no Campus Party e que faz do monitor do computador sua janela para descobrir o mundo, constrói sua própria rede de contatos e conteúdo.

Não, ele não está se importanto muito com o que Yahoo! ou Abril têm a dizer. Para o internauta nato, uma categoria, de fato, inquieta e diferenciada, o modelo de comunicação que valoriza a repetição (que, por natureza, é produto da era capitalista) pode não ser sua escolha.

Ele quer uma web só dele, em que o modelo "um para todos" não faz sentido algum. Ele quer falar com todos, "todos para todos". Ou melhor, "ele quer falar com quem quiser, quando quiser. E quem quiser abordá-lo, tem que pedir autorização."

É óbvio que o passivo modelo "um para todos" é transferido à internet com muita eficiência, fazendo com que os grandes grupos de comunicação funcionem como verdadeiras "balas mágicas", visto que falam com as massas. E são elas, as massas, que viabilizam a rede.

Mas o "internauta heavy user" (por falta de termo mais apropriado) não está interessado em receber conteúdo pré-fabricado. Ele quer saber o que sua rede de pessoas pensa sobre diversos aspectos da sociedade que lhe cerca. Os efeitos dos grandes players é limitado aqui. 

O indivíduo retratado aqui não funciona sozinho, quase não existe. Assim como o projeto GENOMA (viabilizado pela colaboração entre diversos institutos e universidades pelo mundo) não teria sido possível. Seu potencial de geração de conhecimento coletivo se confunde com sua razão de existir. 

Tudo ou quase tudo que presenciei até aqui no CP09 visa o desenvolvimento. Seja para termos uma rede mais democrática, assegurando a liberdade aos usuários e promovendo a inclusão. Seja discutindo em rede alternativas de reciclagem de todo o "lixo tecnológico" no Campus Verde ou discutindo maneiras de aproximar o Open Source do usuário final.

Certamente, o case peculiar da foto abaixo (que está presente na área de Modding) faz muito mais sentido aos participantes do CP09 do que a presença dos players abaixo retratados, que trazem pouco ou nada de novidade, colaboração e desenvolvimento para pessoas.



2 comentários:

felipe tofani disse...

acho de uma tristeza esse tipo de stand onde nada ocorre e cuja existencia se limita a "marcar presença"

=]

Rodrigo Almeida disse...

tu tá vivo, rapá!?!?!