Microsoft e Google: a disputa pela liderança da Internet
Duas empresas que estão na vida de centenas de milhões de pessoas, brigando para ser a maior empresa de internet do mundo.
Ambas possuem passado riquíssimo e, atualmente, fazem fortes movimentos em busca da liderança na internet mundial. Microsoft lança o “Bing”, sua nova ferramenta de buscas em substituição ao “Live Search” e o gigante das buscas mostra ao mercado o Google Wave, uma ferramenta que integrará vários serviços em uma única interface.
A Microsoft, bem mais antiga que a empresa presidida por Eric Schmidt, foi fundada em 1975 por Bill Gates. O Google, empresa fundada por Larry Page e Sergey Brin em 1997, é concebida como uma empresa puramente de internet e em apenas um ano de existência já liderava seu mercado, o de buscas, pesquisas na internet.
A Microsoft é concebida, originalmente, como uma empresa de tecnologia, de desenvolvimento de softwares, e encontra na venda do sistema operacional Windows e pacotes corporativos a maior fonte de suas receitas. E essa é uma grande vantagem frente aos concorrentes da internet.
Ela possui ampla liderança no mercado de softwares, no qual o Google não tem pretensão de ingressar além de seu browser, o Chrome. Ser uma empresa que nasce como uma empresa de internet implica em dominar a tecnologia relativa ao seu mercado e o mais importante, romper barreiras burocráticas com o objetivo de tornar a companhia ágil e flexível. Esse talvez seja o um dos maiores trunfos do Google.
A gigante da internet possui uma trajetória riquíssima em expansão, diversificação dos serviços e aquisições: Blogger, Orkut, GMail, Picasa, Google Maps e Google Earth, YouTube, DoubleClick, seu próprio browser, o Google Chrome, entre outras importantes aquisições. Nenhuma outra empresa possui “tentáculos” tão fortes na internet. E o mais impressionante, esses domínios foram criados ou adquiridos no curto período de 12 anos.
A Microsoft também possui uma rica e diversificada gama de produtos de internet para o usuário final: Windows Live Messenger, líder no segmento de Instant Messaging, e o Windows Live HotMail entre os maiores provedores de e-mail do mundo, junto com Yahoo! Mail e GMail. Além de outros produtos como Windows Live Spaces e o portal MSN.com, presente nos principais mercados do mundo.
Com essa gama de produtos e serviços, Google e Microsoft figuram entre as maiores da internet mundial. E no último mês de maio fizeram fortes lançamentos:
A Microsoft lançou o “Bing” e promete incomodar Google e, mais ainda o Yahoo, na disputa pelo rentável mercado da busca. O Google domina esse mercado. No mundo, mais de 80% de share. Nos Estados Unidos, mais de 60%. Yahoo! Search fica em segundo lugar e o Live Search, em terceiro. Considerado obsoleto, o Live Search, da Microsoft, será substituído pelo Bing.
Com forte campanha publicitária de lançamento e agressiva distribuição em seus domínios na internet, Bing irá incomodar e muito o Google, mas dificultará, principalmente, a sobrevivência do Yahoo, que passa por crise financeira e, por isso, não encerra suas conversas sobre uma possível venda para a própria Microsoft. Porém, o lançamento do Bing e declarações de Carol Bartz, CEO do Yahoo, afastam cada vez mais essa negociação. Independente de possíveis aquisições, se a Microsoft quiser ter o devido sucesso nas buscas, terá de romper uma barreira que não é tecnológica, mas sim interna. Ela precisa ganhar a agilidade nas respostas aos movimentos do mercado, rompendo as barreiras burocráticas inerentes a empresas do porte da Microsoft e que foram sobrepostas, não à toa, pelo gigante das buscas, o Google.
Como resultado do diferencial do Google, ao mesmo tempo em que o mercado olhava para a Microsoft e sua “Decision Engine”, como a empresa denomina o Bing, o Google adiantava sua próxima grande aposta, o Wave, ofuscando, parcialmente, o lançamento da rival Microsoft.
A concorrência, independente de que tipo de mercado aconteça, é sempre positiva. Ela faz com que empresas não parem no tempo, continuando, assim a pesquisar e desenvolver produtos em prol de seus clientes. Quem ganha com todas essas movimentações do mercado de internet é o usuário. Quem perde? O competidor mais fraco, como já havia adiantado Charles Darwin em sua Teoria da Evolução das Espécies. O Yahoo que se cuide (ou se venda).
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